SUBVERTA

Pesquise as verdades primitivas aqui.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

A Nova e a Velha Cruz

A. W. Tozer


Por Marcello Comuna
"A mensagem de Cristo é manipulada na direção da moda corrente a fim de torná-la aceitável ao público. 
 A filosofia por detrás disso pode ser sincera, mas sua sinceridade não a impede que seja falsa. É falsa por ser cega, interpretando erradamente todo o significado da cruz". A.W.Tozer

Um texto extremamente contemporâneo e oportuno para o momento da igreja brasileira. 

Qual dos artistas gospels globais teria coragem de declarar essas verdades? Qual?!


terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Os Crentes Covardes da Globo


Donnie Swaggart

"Todo cristão ou é um missionário ou é um impostor" Spurgeon.

Por Marcello Comuna
Deus chamou o seu povo para realizar muitas obras, porém penso que existam três alicerces principais dessas obras. Primeiro, chamar pessoas ao arrependimento, segundo, anunciar o seu Reino e Justiça, e em terceiro, anunciar a salvação através de Jesus Cristo pelo seu sacrifício na Cruz. No meu entendimento, são esses os principais pilares para sustentação de uma vida cristã relevante e subversiva, ou seja, que transforma a ordem das coisas, o status quo.

Jesus certa vez falou sobre separação entre joio e trigo. Na parábola encontrada no livro de Mateus 13.24:30, vemos o Messias dizendo que joio e trigo cresceriam juntos, mas que no tempo certo seriam separados. A interpretação tradicional aponta essa passagem como um anúncio do que acontecerá no juízo final, onde serão separados os verdadeiros cristãos dos falsos. Não discordo dessa interpretação. Mas hoje, quero fazer um link desses versos com o burburinho do momento - O Festival Promessas.

Nós que temos apontado os erros doutrinários das mensagens pregadas pelos cantores envolvidos nessa aproximação com a Rede Globo, nós que temos alertado para a ilusão que a família Marinho tem despertado nos "crentes" - temos sidos ofendidos, cuspidos, vaiados e caluniados como invejosos e hipócritas.

Bem, não preciso me justificar e nem justificar o óbvio. Basta ler as Escrituras para perceber que nossas refutações estão alicerçadas sobre ela. Os adoradores da secularização do evangelho usam a falácia do Espantalho para nos contra argumentar. Criam um personagem para bater como se esse personagem fosse o alvo de nossas criticas. O espantalho em questão é o sucesso dos artistas gospels. Ora, fazer sucesso não é o problema, estar na Globo não é o problema. Seria até muito proveitoso se os que lá chegaram não tivessem se acovardado!

Sim, covardes! Fiz uma análise sobre o discurso dos evangélicos que tiveram no programa do Faustão e não encontrei em seus lábios a verdade genuína do evangelho, encontrei apenas meias verdades.

Aline Barros e Fernanda Brum tiveram a oportunidade de estarem juntas no programa do Fausto Silva, e para meu desgosto, já que considero elas mulheres de Deus, ambas apresentaram um discurso ecumênico, água com açúcar, vago, abstrato. Em certo ponto, passou-se a impressão que elas imploravam para serem aceitas, querendo justificar a música gospel.


Aline diz: Quem não quer uma mensagem dessas?!Eu respondo: Ora, todo mundo quer!
O problema é que a Bíblia diz que muitos não aceitaram e nem aceitarão a mensagem!! Se você está pregando algo que todo mundo aceita, logo, não está pregando o Evangelho do Nosso Senhor Jesus Cristo!!

Infelizmente, esse discurso se estendeu para o Festival Promessas e por todos os artistas que por lá passaram. O primórdio da mensagem do evangelho que é o arrependimento não foi mencionado. E por que não foi? Por que para falar de arrependimento consequentemente tem que falar de pecado, e ninguém quer falar de pecado dentro do QG da Babilônia, né?!

Mas como nosso Deus é soberano e sua palavra se cumpre, quando os cristãos se calam as pedras clamam!

O movimento Hip-Hop estava chamando atenção no final da década de 90. O rap foi a música da virada do século. Racionais Mc's encabeçaram o respeito que o movimento adquiriu abrindo as portas para outros cantores. Foi o caso do carioca MV Bill, hoje um rapper e um empresário de sucesso.Conhecido pelos versos e discursos contundentes que denunciam as injustiças sociais, o racismo, a corrupção e a violência da polícia nas comunidades carentes, o rapper da Cidade de Deus chegou, assim como os evangélicos, onde jamais imaginariam - Na Rede Globo.

O ano era 2004, eu tomava uma cerveja gelada e aguardava ansioso pela estreia da nossa cultura Hip-Hop naquela tarde de domingo. A música de sucesso do Bill à época era Declaração de Guerra, cuja a letra é uma das mais pesadas do rapper, com críticas que vão do Planalto até a...bem, continue lendo.

Faustão faz a chamada e MV Bill entra para tocar ao vivo e com banda (coisa rara no programa), vestido de vermelho da cabeça aos pés. Os violinos anunciam que a música seria aquela que não acreditávamos que ele tocaria dentro da Rede Globo. Eu pensei: "Vai dar merda!'.

E MV Bill discorre seus seis minutos de música até que chega nos versos que dizem assim:

"...Porque? Pra que? Só tem Paquita Loira! Aqui não tem preta como apresentadora! Novela de escravo a emissora gosta, mostra os negros sendo chibatados pelas costas..."

Fausto Silva se desespera, começa a falar por cima da música dizendo que aquela parte era um improviso. Mentira! Era a letra oficial! Alguém papou mosca e colocaram um subversivo da favela com o microfone na mão no horário nobre! E o subversivo não perdeu a oportunidade! Ao contrário dos "crentes", honrou a sua Zorba!


O interessante é que com essa atitude o Bill ganhou mais respeito e até hoje tem acesso livre na Globo. Depois disso particpou como um professor na Malhação e recentemente até da Danças dos Famosos. Quando somos verdadeiros, mesmo que causemos polêmicas, as pessoas passam a nos respeitar. Já o camaleão que enverga o discurso conforme a situação, pode até ficar confortavel durante um tempo, mas no fim, a suas máscaras sempre caem.

O joio e o trigo se evidenciam nesse momento. Existem aqueles fãs histéricos que apedrejam qualquer um que critique seus ídolos. Aqueles que choram de emoção nos shows da fé.
E existem aqueles que cumprem as ordenanças cristãs deixadas por Paulo em sua carta a Tito. Julgando tudo de acordo com a são doutrina e chorando pelo desrespeito com as Escrituras.

O conceito de evangelismo está totalmente distorcido na mente de milhares de cristãos. Eles estão afirmando que o Festival Promessas foi uma vitória porque o nome de Cristo foi proclamado.

Eu pergunto: Que vitória há nisso?! Se o contexto desse Festival fosse o Egito, a Coreia do Norte, realmente seria uma vitória. Lá, ser cristão dá cadeia e morte! Ficar repetindo o nome de Jesus como se fosse um mantra não O glorifica em nada e muito menos evangeliza alguém.

Estamos vivendo o momento em que joio e trigo estão sendo separados. Em que ovelhas e cabritos estão sendo revelados. Fiquemos firmes!

Deus abençoe.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Tá cada Vez Pior!


Por Marcello Comuna
Tá russo!

Paul Washer certa vez disse: “O evangelho pregado corretamente é um escândalo. Se o quê você prega não incomoda, então já não é mais evangelho”.

Enquanto a maioria dos evangélicos do Brasil comemora a entrada triunfal dos seus ídolos gospels pelos tapetes vermelhos da Rede Globo, eu chego à triste conclusão que o evangelho nesse país não cresce há muito tempo, ou pelo menos, não na proporção que o IBEGE divulga.  Como diria meu amigo Daniel Lopez: “Se não incomoda a Globo, não incomoda o diabo”.

É isso! Por mais lucrativo que o mercado gospel tenha se tornado, será que a diretoria da Rede Globo daria espaço para pregações do evangelho genuíno no melhor estilo Paul Washer, Paulo Junior, Lutero, Calvino ou Spurgeon?  Será que se as letras dos “adoradores” do Festival Promessas fossem carregadas de cristocentrismo e teologia do sofrimento e da redenção como os antigos hinos da Harpa Cristã, a Globo, mesmo de olho grande no lucro desse mercado em ascensão cederia seu horário nobre?

Esse evangelho que chegou até a Globo não constrange, por isso afirmo, isso que está lá não são os ensinos de Cristo e dos apóstolos. Um evangelho que apenas causa emoção e não te empurra para o arrependimento é anátema.

Eu tive o desprazer de tentar dialogar com alguns dos que apóiam e comemoram o gospel na Globo.  Meu Deus! Fazia tempo que eu não era tão ofendido simplesmente por citar versículos bíblicos! Me regozijo em Deus por isso!

Essa falta de educação é um reflexo claro do tipo de alimento que essa gente anda ingerindo. Arrogância e ganância travestida de humildade. Acho que nem nas antigas Cruzadas o nome de Cristo era tantas vezes pronunciado em vão como em nosso tempo.

Alguns usam Filipenses 1:18 para justificar seus apoios a aliança Globo e Mundo Gospel. Penso que esse versículo não pode ser aplicado à atual conjuntura. Paulo afirma que apesar das motivações erradas, aqueles homens pregavam o Cristo. Então, podemos presumir baseado nas outras cartas do apóstolo refutando heresias e instruindo seus discípulos a fazerem o mesmo que, o Evangelho que aqueles invejosos e competidores pregavam era o genuíno, carregado de uma teologia correta. Duvido muito que Paulo abonasse aquela situação se um falso evangelho estivesse sendo pregado. Logo, chegamos à conclusão que a situação naquele caso era bem diferente, pois hoje, além das motivações erradas, um falso evangelho é apresentado o povo, causado danos que só teremos dimensão na eternidade.

Mas no final, Ele vem pra medir, e seria melhor que muitas pedras fossem amarradas em muitos pescoços. Lucas 17:2.

Deus abençoe.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Manifesto Evangelista no Festival Promessas


Descrição

"Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino,
Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina.
Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências;

E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.
Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério". 
2 Timóteo 4:1-5

Conclamamos os inconformados com as atuais distorções do Evangelho do Reino e da Salvação para o ato público no dia 10/12/2011, durante o Festival Promessas, realizado pela Rede Globo no Aterro do Flamengo. Sabemos que a aproximação dessa emissora com os evangélicos trata-se de uma questão mercadológica e não tem nenhuma ligação com a real proposta das Escrituras Sagradas. Seremos as vozes que clamam no deserto, estaremos aproveitando a oportunidade para pregar o Evangelho Puro e Simples que tem sido negligenciado dos púlpitos da maioria das igrejas brasileiras. Aproveite essa oportunidade para fazer mais do que reclamar na internet.

Que Deus cruze os caminhos dos sete mil que não se dobram diante de Baal. 1 Reis 19:18. 

Que os Joãos Batistas do século XXI sejam recompensados de acordo com a vontade do Pai.

n'Ele, que renova nossas forças e nos tira da zona de conforto. 

Mais informações na página do evento no facebook.

Nosso trabalho está sendo inspirado pela labuta dos irmãos que tem pregado o verdadeiro evangelho nas Marchas para Gizus. Leia sobre isso clicando no link;

Abraços fraternos,

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

As Verdadeiras Promessas: uma critica à premiação promovida pela Rede Globo


A Bíblia possui muitas promessas. Alguns dizem que ela traz mais de trinta e duas mil delas, e não duvidamos. O próprio Jesus veio como confirmação de promessas (Rm 15:8) e elas são o consolo e a força dos Cristãos por todo o mundo, em todas as épocas. Porém, existem alguns que interpretam errado ou ignoram muitas das promessas da Escritura, torcendo a Palavra de Deus a fim de satisfazer os próprios deleites. Um exemplo disso é o recém criado “Troféu Promessas”, promovido pela Rede Globo e a Geo Eventos.
O “Troféu Promessas” se intitula como “a maior premiação da música evangélica”. Ele será entregue em um evento que será realizado em dezembro, tendo como principal proposta “reconhecer o trabalho daqueles que exaltam fielmente o nome de Deus por meio da música e o fazem com excelência, influenciando gerações”. Eles querem premiar os “destaques” da música gospel do ano de 2010 e 2011, honrando com a estatueta representantes de nove categorias: Melhor Grupo, Melhor Ministério de Louvor, Melhor Cantor, Melhor Cantora, Artista Revelação, Melhor Música, Melhor DVD/BluRay, Melhor CD e Melhor Evento.
Perdoem-nos a dureza, mas se esse troféu carrega alguma promessa, é a promessa de que viria “o tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, sentindo coceira nos ouvidos, segundo os seus próprios desejos juntarão mestres para si mesmos. Eles se recusarão a dar ouvidos à verdade, voltando-se para os mitos” (2 Tm 4:3,4).
O site explica que o troféu chama-se “Promessas” por que “Deus cumpre as Suas promessas e cuida para que a Sua Palavra seja cumprida”, baseando-se corretamente em Jeremias 1:12. Contudo, o que essa premiação não percebe é que ela vai diretamente contra promessas claras do evangelho, negligenciando a verdade de Deus.
Primeira promessa: Deus nos ensina por Sua Palavra
A primeira promessa que esse evento quebra é a de que Deus nos ensinaria tudo por meio de Sua Palavra. O próprio Cristo nos prometeu que o Espírito Santo nos ensinaria “todas as coisas” (Jo 14:26) e esse Espírito usa as Escrituras para nos informar sobre a vontade e as promessas do Pai, já que ela é suficiente para que sejamos perfeitos e perfeitamente preparados para tudo (2 Tm 3:16,17).
Onde a Escritura nos ensina a criar eventos para premiar nossos ministros de música? Em lugar nenhum! Não há qualquer mandamento ou promessa vinda de Jesus, dos apóstolos, dos profetas ou de qualquer escritor bíblico para que criemos tal coisa. Em Levítico 10:1, dois sacerdotes foram mortos por Deus, não por ir contra mandamentos dEle, mas simplesmente por fazer algo que Deus não mandou. Ou seja: Se não há mandamento, há proibição.
Concursos de adoração são tão anti-bíblicos como concursos de qualquer outra disciplina espiritual. Ora, se podemos fazer concursos de louvor, por que não fazermos um concurso de oração? Quem orar mais e melhor leva o troféu joelho roxo. Ou melhor, por que não um concurso de pregação? Quem pregar melhor leva o troféu garganta de ouro. Ou, para os pentecostais, um concurso de profecias? O que trouxer a melhor mensagem de Deus leva o troféu ungido de Jeová. Por que esses concursos seriam condenados por qualquer crente e os concursos de louvor são tratados como algo normal?
Músico, quando você aceita esse concurso e o acha coerente, você está desprezando a promessa de Deus que Ele revelaria sua vontade nas Escrituras e que nelas pautaríamos nossa conduta.
Segunda promessa: todo cristão é um sacerdote
A segunda promessa é ignorada logo no vídeo de apresentação do evento (vídeo acima), o qual dá a entender que os músicos são levitas e os únicos que podem carregar a arca e, assim, a presença e a glória de Deus. Contudo, a intenção de Deus desde Êxodo é que todo Seu povo fosse uma nação sacerdotal. Progressivamente, Deus mostra isso com Moisés, em Êxodo 19:6, antes de os filhos de Levi se ajuntarem aos que eram do Senhor (Ex 32) e serem, por isso, separado para servirem junto ao templo (cabe ressaltar que esse serviço não era musical até Davi! Levitas eram aqueles que cuidavam do templo). A promessa de uma nação sacerdotal precede e engloba o sacerdócio levítico e arâmico.
Essa revelação é retomada no Novo Testamento quando o véu é rasgado com a morte de Cristo, mostrando que todos podem ter acesso à presença de Deus, ao trono da graça pelo novo e vivo caminho que é Jesus, ao ter sua carne “partida”, como o véu (Hb 10:20); e ela é fechada pela chave de ouro de Apocalipse 5:10 (“e para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes”). Então, não, músico, você não é uma classe especial de cristão! Todo cristão é templo de Deus (1 Co 3:17), carrega a glória do Evangelho em seu vaso de barro (2 Co 4:7) e tem acesso direto a Deus (Ef 3:12) através de Cristo exclusivamente.
Ministro de louvor,quando você ressuscita o cargo de levita, fazendo-se diferente do “povo”   termo com um certo ar de desprezo que se refere àqueles que estão abaixo de sua magnânima “ministração” (sim, já estivemos no seu meio)   você está desprezando a promessa de Deus! Você se faz mediador no lugar de Cristo. Não! Você não “traz a glória de Deus” para os outros cristãos. Você não é mediador entre Deus e os homens. Só Cristo o é. Quando você está com seu microfone ou instrumento na mão, tudo o que você está fazendo é servindo à igreja (incluindo você mesmo) no louvor e na adoração coletiva a Deus. E Deus, através de Cristo, recebe nossa oferta como incenso suave e ministra mais da glória do Evangelho, através de Seu Espírito, em toda igreja. Aliás, se essa não é sua mentalidade, por favor, retire-se do seu serviço, você só está ferindo o povo de Deus.
Músico, quando você aceita o título de levita, você está desprezado a promessa de Deus de que todos seriam reis sacerdotes e a mediação única de Cristo.
Terceira promessa: a casa de Deus não será um covil de mercadores
A terceira promessa que esse evento ignora é a de que a casa do Deus Pai não seria feita de mercado. O próprio Cristo profetizou isso após fazer um chicote de cordas, virar mesas e expulsar os cambistas (Jo 2:15,16). Ora, se o amoroso e manso Jesus estivesse presente nesse evento, ele quebraria câmeras de filmagem, expulsaria os cantores e destroçaria os troféus, gritando: “os cristãos (atual casa de Deus) não devem comercializar sua adoração!”.
Será que é correto, diante de Deus, usarmos os talentos que Ele nos deu para enriquecer? Tudo isso não passa de um mercado sujo em que o mundo percebeu que pode lucrar – e os cantores “góspeis” querem levar “o seu” para casa. Cristo ensinou seus discípulos que eles deveriam cumprir o ministério sem esperar nada em troca, tendo no coração apenas a vontade de servir: “de graça recebestes, de graça daí” (Mt 10:8). Como podemos querer adorar em troca de premiações?
Músico, se você aceita adorar ao Senhor em troca de premiações e troféus, você vai contra a promessa de Deus de que a casa do Pai não seria um covil de mercadores.
Quarta promessa: sua recompensa virá de Deus
Se você pudesse ganhar um real hoje ou investi-lo e ganhar um milhão depois, qual seria sua escolha? Só um louco escolheria um real, não? Sim, e, se você está participando desta premiação, suas ações mostram que essa foi sua escolha. Só que você fez uma troca pior ainda. Você trocou a infinita e gloriosa recompensa de Deus pela patética, breve e pequena honra humana. Se você participar desse troféu, é só ele que você vai ter mesmo, porque você perdeu as gloriosas bênçãos celestiais reservadas por Deus pelo seu serviço.
Cristo foi bem enfático contra a busca dos fariseus por honra humana. Ele fez afirmações fortes, dizendo que eles tinham recebido plenamente sua recompensa (a humana) e  não receberiam a honra que vem de Deus e isso seria a causa de sua  incredulidade (Mt 6:5 e Jo 5:44). Por isso, Cristo recomenda praticarmos nossas ações em secreto, para somente Deus ver. E você andará nos passos dos fariseus se proceder pelo caminho do louvor terreno.
Além do mais, você estará fazendo amizade com o mundo e consequentemente inimizade com Deus. Sua atitude de buscar ser honrado “por seu excelente ministério” é um ato de traição contra Deus, um ato de incredulidade nas promessas divinas e uma demonstração que você não busca o Reino dos céus, mas o deste mundo. Você, ao buscar esse tipo de riqueza, está condenando a sua alma à diversos sofrimentos, à incredulidade e à apostasia (1 Tm 6:10)
Músico, se você busca a honra deste mundo, você vai contra a promessa de Deus de que Ele seria seu galardoador.
Quinta promessa: Deus exaltará seu Filho
Caro músico, há alguém mais apaixonado pela glória de Deus que você: Deus! Deus é a pessoa mais apaixonada e empenhada pela exaltação de Seu nome (Ml 1:11). O Pai está ativamente comprometido em exaltar o Filho (Jo 5:23), dando-lhe o Nome sobre todo nome, dobrando todo joelho diante dEle, fazendo toda língua proclamar Seu reinado e senhorio (Fp 2:9-11), colocando todo inimigo debaixo dos Seus pés (Hb 10:13).
Nossa pergunta é se você irá se juntar ao Pai em uma busca apaixonada pela exaltação do Filho ou buscará a exaltação do seu nome (disfarçando, óbvio, com algumas palavras de pretensa humildade quando receber o troféu).
Nosso profundo desejo é que neste ponto você possa clamar como o salmista: “Não a nós, SENHOR, não a nós, mas ao teu nome dá glória, por amor da tua benignidade e da tua verdade” (Sl 115:1).
Músico, quando você recusa as coisas deste mundo e busca fazer somente o que está na Palavra, juntamente com todo povo sacerdotal de Deus, reunidos em uma casa de oração, almejando somente a recompensa de Deus e juntando-se ao Pai na exaltação do Filho, você canta a melodia mais doce que há: JESUS, O ÚNICO DIGNO DE TROFÉUS.
Por Vinícius Musselman Pimentel e Yago Martins © Voltemos Ao Evangelho  voltemosaoevangelho.com e Cante as Escrituras canteasescrituras.com
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terça-feira, 22 de novembro de 2011

Evangelho: Aprecie Sem Moderação!


Radicalismo. Essa palavra tem borbulhado dentro do meu peito nos últimos dias. Dias atrás escrevi o texto "Um convite a Bandeja de Prata -Consequências de uma Juventude Sem Radicalismo" e ainda continuo com o desejo de dizer algumas coisas sobre esse assunto.

Quero deixar claro que não falo de um radicalismo nocivo, infantil, intolerante e cruel como dos fanáticos religiosos, ditadores políticos ou até mesmo de jovens mimados como os boyzinhos da USP. Falo de uma paixão pelo correto, de uma energia que é característica nos jovens, da motivação alavancada pela justiça e pelo bem comum.  

Clamo que nossa juventude abandone sua moderação excessiva, sua passividade letárgica, seu egoísmo e seu individualismo. Clamo que nossos jovens estejam dispostos a darem suas vidas pelo Evangelho do Reino de Deus.  Dar a vida pelo evangelho é doar-se pelo bem e pela justiça. Morrer para que outros possam viver. Muitos homens que não tiveram a revelação do Reino de Deus morreram em revoluções sociais - morreram apaixonados por justiça. Observamos isso recentemente no Oriente Médio. Recentemente, nas avenidas de Wall Street, até os jovens americanos estão manifestando contra o capitalismo selvagem do seu país, clamando contra a concentração de riquezas que resultou nesse fiasco global. Jovens que enfrentam armas por liberdade e igualdade.

Eles gritam: Liberdade ou morte! Justiça ou morte! Igualdade ou morte!

E eles não creem no evangelho. Eles não creem no Reino de Jesus, porém demonstram a fome e sede de justiça que os cristãos deveriam ter.  O Evangelho genuíno é radical. Como diria C. S. Lewis: “Não recomendo o evangelho para qualquer pessoa que esteja buscando uma religião confortável”. 

Mas, o fato é que hoje, no Brasil, deturparam tanto o evangelho, importaram tanto as fórmulas americanas, que o resultado foi a criação de outra religião, um neopentecostalismo que obscenamente usa a bíblia como plataforma para suas orgias espirituais. Essa religião é a versão “espiritual” do capitalismo; alienando, seduzindo e deteriorando a força intrínseca de uma juventude que poderia mudar a situação do nosso país e da igreja brasileira.

Jovens que se isolam cada vez mais da realidade sob o pretexto de serem separados (santificados), de não “serem” do mundo, de serem super espirituais, quando na verdade, a única coisa que conseguem é ser irrelevantes para a sociedade, para o bem comum. Eles não conseguem compreender que ser santificado por Deus não significa estar isolado do mundo, mas sim estar inserido no mundo sem contaminar-se, como Daniel na Babilônia, transformando, influenciando e subvertendo. A batalha começa no campo espiritual, em oração, e conclui-se no campo físico com atitudes de amor e paixão radical por justiça.

Jesus disse: “Pai, não peço que os tire do mundo, mas que os livres do mal”.

Minha crítica vai aos homens hipócritas que fazem da religião apenas uma cortina de fumaça para camuflarem seus pecados. Homens que oram pelos pobres, mas não repartem o pão. Ricos que filosofam sobre sociologia sentados atrás da mesa, saboreando seu vinho tinto com queijo gorgonzola. Inclusive alguns pobres metidos à classe média. Covardes demagogos. São como nuvens carregadas que só trazem ventos, mas não derramam chuvas.

Enquanto isso, cada vez mais aumenta o número dos bons samaritanos da parábola de Jesus. Espíritas samaritanos, ateus samaritanos, socialistas samaritanos, maçons samaritanos. E o povo de Deus, onde está? Onde você está?!

Os cristãos primitivos, baseados nos ensinamentos de Jesus fundaram uma seita que foi denominada pelos  judeus de cristianismo. Os primeiros seguidores dessa seita eram radicais, apaixonados, encantadores, servis, piedosos e valentes. Confessar ser discípulo de Jesus significava morrer violentamente. Muito, muito diferente da maioria dos autointitulados cristãos do século XXI.

Contudo, ainda há uma esperança. Hoje, nós que somos os remanescentes do evangelho puro e simples devemos pedir ao Pai para reavivar o sentimento que permeava os corações dos nossos primeiros irmãos. Devemos ser uma minoria relevante como a igreja primitiva foi em Roma e Jerusalém. Devemos virar o mundo de cabeça para baixo! Devemos estar prontos para pagar o preço de sermos famintos por justiça e inconformados dentro desse mundo que padece na mão do Mal.

Que vergonhoso é o nosso caminhar comparado aos nossos irmãos primitivos, nossos irmãos contemporâneos espalhados pelos países onde o cristianismo continua sendo uma seita e seus seguidores são perseguidos e mortos.

Que Deus nos perdoe e nos coloque de pé, nos encha com sua coragem e amor para sermos relevantes nesse mundo.

Que o Espírito Santo convença a todos nós. Que Deus nos perdoe por nossa covardia rotulada de moderação. 


Amém?!


segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Um Convite a Bandeja de Prata - Consequências de uma Juventude Sem Radicalismo



"7. Dizia, pois, João à multidão que saía para ser batizada por ele: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira que está para vir?
8 Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento, e não comeceis a dizer em vós mesmos: Temos Abraão por pai; porque eu vos digo que até destas pedras pode Deus suscitar filhos a Abraão.
9 E também já está posto o machado à raiz das árvores; toda a árvore, pois, que não dá bom fruto, corta-se e lança-se no fogo.

10 E a multidão o interrogava, dizendo: Que faremos, pois?
11 E, respondendo ele, disse-lhes: Quem tiver duas túnicas, reparta com o que não tem, e quem tiver alimentos, faça da mesma maneira.
12 E chegaram também uns publicanos, para serem batizados, e disseram-lhe: Mestre, que devemos fazer?
13 E ele lhes disse: Não peçais mais do que o que vos está ordenado.
14 E uns soldados o interrogaram também, dizendo: E nós que faremos? E ele lhes disse: A ninguém trateis mal nem defraudeis, e contentai-vos com o vosso soldo". 
Lucas 3:7-14





Por Marcello Comuna


Frutos Dignos de Arrependimento


Nos dias de hoje a expressão "dar frutos" ou simplesmente "frutos", transformou-se em mais um substantivo usado para ostentação e até mesmo contra argumentação de muitos homens que não aceitam serem confrontados pela sã doutrina das Escrituras Sagradas. Hoje, temos os hereges famosos com muitos seguidores. Para esses, seus seguidores são os seus frutos, logo, suas obras e doutrinas são irrefutáveis e, qualquer um que os critique é filho do diabo ou um invejoso infrutífero. 

Porém, João deixa claro que o fruto tratado nas Escrituras são os frutos dignos de arrependimento. Os frutos são as atitudes dignas de uma pessoa arrependida de suas más obras, o fruto é a transformação do caráter. As consequências de uma pessoa transformada genuinamente por Cristo são as suas boas obras, mas a evidencia número um de um produtor de frutos dignos de arrependimento é sua transformação moral. E essa transformação passa pela compreensão do que foi feito na cruz. Nasce um constrangimento natural em ser útil para sociedade e viver corretamente. Pois, passa-se entender que na cruz foi feita a mais completa e perfeita reconciliação de toda história. Uma humanidade pecadora, imoral e cruel sendo reconciliada com um Deus santo, moral e bondoso. São coisas antagônicas e impossíveis de conceber dentro de uma razão lógica. Imagine dois seres humanos; um cruel, imoral e cretino. O outro bondoso, moralista e intelectual. Pense se poderia haver um convivência harmoniosa entre esses dois. Evidente que não! Para o homem é impossível ter paz com Deus, porém, o que foi impossível para os homens foi possível ao Eterno. Lc. 18:27.

Contudo, isso não deve ser motivo de vanglória. Deus suscita filhos das pedras. Há tempos as pedras estão clamando. Pessoas que não são cristãs muitas vezes tem dado um testemunho mais fiel do evangelho do que os próprios crentes. Paulo nos orienta sobre isso quando diz que judeu é aquele que tem as leis gravadas no seu coração. Romanos 2:29

Machado à raiz.

A irrelevância custará um preço muito maior do que já custa hoje. A indiferença dos bons, dos politicamente corretos, dos que fogem do conflito com medo de magoar o irmão, dos que sempre ficam em cima do muro, tem sido as rodas do trem da perversidade. Para que o mal triunfe basta que os bons não façam nada (Edmund Broke). Fé sem obras é mortas. 

Cristo é o único caminho para o céu e não há salvação fora d'Ele, assim cremos. Dizemos que temos Cristo, mas somos inúteis e egoístas sobre a face da terra. Tudo que fazemos é pensando nos nossos interesses. Olhamos para pessoas de outras religiões, para os materialistas, socialistas e pacifistas, e afirmamos que eles estão indo para o inferno porque negam Deus como salvador e baseiam sua evolução e salvação em avanço racional e melhorias humanas. Em certo ponto estamos corretos e isso deveria nos constranger ainda mais. Homens que estão indo para o inferno têm sido mais relevantes e amáveis com os mais fracos do que nós que estamos indo para o céu!

Eu prefiro estar no meio de um bando de revolucionários idealistas ateus praticando o bem, a caridade, o voluntariado, estando convicto da minha fé, me esforçando em oração e exemplos para converter seus equívocos teologicos e potencializar ainda mais os valores do Reino que já foram cravados pelo Criador em seus corações, do que estar entre um bando de "irmãos" irrelevantes, que só se juntam com virilidade para comerem pizza, jogarem paint boll, futebol, irem ao cinema ou fazer qualquer outra coisa que não lhe custem nada. 

Afinal, quem luta por justiça e pratica o bem está aplicando o evangelho do Reino de Deus.

Somos chamados para fazer muito mais do que colaborar com algum serviço no prédio da igreja. Pare de acreditar nessa mentira diabólica que te acomoda nessa zona de conforto satânica! O nosso Supremo Comandante falou sobre carregarmos a nossa cruz, sobre sermos ultrajados, cuspidos, mortos, e achamos que arrastar umas cadeiras, tocar na banda, servir a ceia ou qualquer outra atividade que façamos na igreja é por a mão no arado? Se pensamos assim, conhecemos um evangelho água com açúcar. O evangelho real é feito de carne, vinagre e sangue.

Dentro do prédio é o nosso descanso, o lazer, a comunhão com os irmãos, o parque de diversão. Nossa missão é lá fora! A sua missão é entre os endemoninhados, desesperançados, doente e miseráveis.

Que faremos pois? O mundo quer respostas.

O mundo quer respostas. Toda a humanidade espera a manifestação dos filhos de Deus. Eles esperam ver luz através de mim e de você. A luz que mais brilha é a luz do Amor. Seja amoroso. Ore a Deus todos os dias para que ele te inunde com seu amor. A igreja tem que trazer a Verdade como resposta, não simplesmente um conjunto de regras morais. Moralidade a maioria das religiões pregam. O evangelho não é uma religião. O evangelho é subversão. O evangelho é um vislumbre de um sistema perfeito que está para se instalado sobre a terra, onde não haverá mais lágrimas de dor. 

A resposta número 1 é o evangelho do Reino. A resposta número 2 é o evangelho da salvação. Reparta o bolo. Lembre-se que não foi o crime que aprisionou os ricos nos seus condomínios fechados, nos seus carros blindados e filmados. Foi o egoísmo.
Seja honesto. Cumpra seus compromissos. Honre sua palavra. Chegue no horário. Respeite o próximo e seja gentil.

Raça de víboras. Não há para onde fugir.

Precisamos colocar em prática o radicalismo do evangelho. Resgatar a essência que permeava os corações dos reformadores, dos profetas, de João e de Jesus. Submissão ao evangelho puro e simples, inconformismo, atitude, relevância e serviço. 

Não há como fugir da ira vindoura. Deus irá acertar as contas com todos nós. É bom que aqueles que andaram professando serem seus seguidores tenham muitas marcas em suas mãos pelo excesso de obras.

Ele está observando todos nós. 

No Pai. Paz.


quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Os Playboys Revolucionários da USP


Revolucionário playboy vestindo GAP


Por Marcello Comuna
Nos últimos dias a imprensa tem nos informado a respeito de uma suposta revolução praticada por supostos revolucionários estudantis no campus de uma das mais importantes e conceituadas faculdades do país, a Universidade de São Paulo - USP.

Antes de seguir com  o texto, observemos o significado da palavra revolucionário segundo o dicionário on line de português.

adj. Referente a revolução: período revolucionário.
Adj. e s.m. Que, ou aquele que provoca revoluções; favorável a transformações radicais; progressista, inovador.

Olhando para o significado desse adjetivo e comparando com o comportamento dos estudantes da USP, podemos afirmar que é injusto usarmos o emprego de uma palavra de tanto valor para rotularmos pessoas que estão lutando por imposições de vontades pessoais e que em nada estão contribuindo para o progresso dos padrões da faculdade e da sociedade. Sim, esses garotos transvestidos de "revolucionários socialistas" estão reivindicando simplesmente o direito de usufruir o campus da faculdade para o uso de entorpecentes sem o incomodo policial. É óbvio que não é uma bandeira levantada explanadamente, mas isso está muito claro, apesar de implicitamente, para qualquer um que tenha o minimo de Q.I.

Outro dia assisti a entrevista de uma menina envolvida nesse movimento. Apesar dela afirmar não ser usuária de drogas ilícitas, tive uma impressão contrária pelo conteúdo dos seus argumentos sobre a presença da polícia no campus da faculdade. Ela parecia estar dentro de uma paranoia delirante proporcionada por algum alucinógeno. A alegação da moça era que a policia estava ali para uma patrulhamento político (sic). Essa afirmação é ridícula, isso é fruto do pensamento de gente que vive obcecado com teorias de conspiração. Ela falava como se vivêssemos no Brasil de 1964. Na sua falacia especulativa ela ignorava os altos índices de violência no campus da USP. Eu fiquei pensando se a última jovem que morreu vitima de um assalto na saída da faculdade fosse sua parente, se ela não estaria do outro lado do front, apoiando o acordo da USP com a Polícia Militar para aumentar o patrulhamento no campus .

Não há uma revolução acontecendo no campus da USP. Há simplesmente uma baderna provocada por um bando de garotos mimados, criados a Sustagen e Leite Ninho que, depois de terem algumas aulas de filosofia e sociologia, acham que entendem as demandas da realidade de um povo que luta com dificuldades para sobreviver todos os dias. Esses boyzinhos são carregados de discursos mas na verdade são um saco vazio!

Esses garotos não são revolucionários, eles não representam o verdadeiro espírito da revolução que permeia homens à frente do seu tempo. Homens que choraram ao ver injustiças de todas as esferas, sociais  e morais, como foram Martin Luther King, Che Guevara, Gandhi, Confúcio, e o maior de todos, Jesus de Nazaré. 

Esses delinquentes juvenis não merecem a honra de receber tal rótulo. Contudo, há de se perceber também um oportunismo nessa guerra entre esquerda - direita. Os direitistas e seus simpatizantes usam a oportunidade para associar esses acontecimentos deploráveis a cultura esquerdista da USP, querendo mais uma vez associar a imagem da esquerda a delinquência. 

Seria cômico se não fosse trágico, uns garotinhos riquinhos criados nos palácios da elite direita atuando como se fossem militantes de uma revolução esquerdista. O resultado não poderia ser outro se não essa lambança ridícula! 

Abraços fraternos.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Movimento de Rotação - Oximoros in the House!



Olá camaradas!

Antes de qualquer coisa quero pedir desculpas pela falta de frequência na atualização do blog. Acontece que estou em fase de finalização de um projeto musical experimental com alguns comparsas de subversão e tenho tido dificuldade de escrever textos e músicas ao mesmo tempo. Infelizmente minha limitação cerebral me impede de realizar várias atividades ao mesmo tempo. Ou eu escrevo músicas ou escrevo textos.

Escrever geralmente é tranquilo, músicas mais ainda. Porém, esse trabalho foi desafiador. Nunca escrevi minhas músicas com temas únicos, na maioria das vezes eu falo sobre várias coisas em uma mesma letra, mas nesse trabalho idealizado pelo meu chapa Orfeu, intitulado Oximoros, eu tinha que escrever meus versos dentro de um tema proposto por ele.

O trabalho é independente, feito de maneira subversiva e militante, porém atento para a qualidade. É um trabalho underground, não se trata de rap para exercitar o quadril, mas sim, o cérebro.

Transcrevo para vocês a música Movimento de Rotação, que é uma explanação do que acontece quando Jah inverte a ordem da fila. A canção é assinada por mim e Orfeu.

Aperte o play Dj!

Movimento de Rotação
Orfeu/Comuna

No papel de pão, o êxodo registro...
Tô na base da pirâmide,
Mas conheço os tramites,
Pra fuga do Egito.
Lá vem Moisés...
Vamos para terra que emana leite e mel, dos favos
Não mais escravo...
Bye - bye Ramsés.
Homens do pântano transtornam a Metrópole,
Como Godzilla.
Chegam à Acrópole,
Quando Jah inverte a ordem da fila.
Perderam a vez,
"Reis pela entrada de serviço!"
O mínimo por mês,
Cômodo de dois por três nos fundos de um cortiço,
Mestiços, como eu
Agora sentem na pele
Limpam o chão para o senhor Orfeu,
Desfilar com sua Gizelle.
Mesa tá servida,
Fartura na Somália.
Mas cães lamberam minhas feridas,
Salivei pelas migalhas...
Do rico
Agora, sedento, sem subterfúgio,
O dedo do mendigo é sujo,
Mas quer molhe o teu bico.
O mundo dá muitas voltas.
Rotação e translação.
Moleque quando solta o pião...


Por cima ou por baixo, de sede ou afogado
Do calor do cangaço aos ventos frios do Ártico
Eu to no páreo, o mundo gira e eu não paro
Pairo sobre a taça como/como um vinho raro
Que um dia foi apenas uva presa em um cacho
Da boca da formiga para a boca da princesa
Escorre a gota entre os seios, o plebeu lambe a beiça
Agora de patrão quero degustar a sobremesa
Da cama para o chão, da pia para a mesa
Um brinde ao efeito rotação que me lançou na realeza.

Gira /gira mundo o jogo vira e não demora
Remotas serão as nossas chances de derrotas
Subsidio do poeta pra rimar nunca se esgota
Cinzas da Babilônia na sola de minha bota.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Martin Luther King, Comunas Cristãos e Capitalismo


Martin Luther King
“… Mas que jorre a equidade como uma fonte e a justiça como torrente que não seca” (Amós 5:24).
Poucos assuntos exigem um estudo mais completo e mais sério do que o do Comunismo. Há, pelo menos, três razões que obrigam um ministro cristão a falar sobre o assunto.
A primeira razão é a de reconhecer que a vasta influência comunista se tem espalhado, como uma maré imensa, pela Rússia, China, Europa Oriental e até, atualmente, pelo nosso hemisfério. Existe no mundo quase um bilhão de pessoas que perfilham as suas doutrina e muitas delas professam-na como uma nova religião a que inteiramente se submetem. Não podemos ignorar tal força.
A segunda razão é a do Comunismo ser o único adversário perigoso do Cristianismo. Religiões importantes como o Judaísmo, Budismo, Hinduísmo ou Maometanismo são possíveis alternativas para o Cristianismo, mas ninguém versado nos fatos do mundo moderno pode negar que o Comunismo é o maior rival do Cristianismo.
A terceira razão é que seria desleal, e decerto pouco científico, condenar um sistema antes de saber do que ele trata e por que está errado.
Deixai-me agora fixar claramente a premissa básica deste sermão: o Comunismo e o Cristianismo são fundamentalmente incompatíveis. Um cristão autêntico nunca poderá ser um comunista autêntico, porque as duas filosofias são antitéticas e não há dialética de lógico que possa reconciliá-las. Porquê?
Primeiro, porque o Comunismo se baseia numa visão materialista e humanista da história e da vida. Segundo a teoria comunista, não é a inteligência nem o espírito que decidem do universo, mas apenas a matéria; esta filosofia é declaradamente secularista e ateísta. Para ela, Deus é um simples mito criado pela imaginação; a religião, um produto do medo e da ignorância; e a Igreja, uma invenção dos governantes para controlarem as massas. O Comunismo, tal como o Humanismo, mantém, além disto, a grande ilusão de que o homem pode salvar-se sozinho, sem a ajuda de qualquer poder divino, e iniciar uma nova sociedade.
“Luto sozinho, e vença ou morra,
não preciso de ninguém que me liberte;
Não quero nenhum Cristo que me diga
Poder um dia morrer por mim”.
Ateísmo frio, mascarado de materialismo, o Comunismo não admite Deus nem Cristo.
No centro da fé cristã está a afirmação de que existe um Deus no Universo, base e essência de toda a realidade. Ser de infinito amor e de poder ilimitado, Deus é o criador, o defensor e o conservador de todos os valores. O Cristianismo, ao contrário do materialismo ateu do Comunismo, afirma um idealismo teísta. A realidade não pode explicar-se por matéria em movimento ou tensão de forças econômicas opostas. O Cristianismo afirma que existe um Coração no coração da realidade, um Pai extremoso que trabalha através da História para a salvação dos seus filhos. O homem não pode salvar-se a si próprio porque não é ele a medida de todas as coisas e a humanidade não é Deus. Preso pelas cadeias do seu próprio pecado e das suas próprias limitações, o homem necessita dum Salvador.
Em segundo lugar, o Comunismo assenta num relativismo ético e não aceita absolutos morais estabelecidos. O bem ou o mal são relativos aos métodos mais eficientes para o desenvolvimento da luta de classes. O Comunismo emprega a terrível filosofia de que os fins justificam os meios. Apregoa pateticamente a teoria duma sociedade sem classes, mas, infelizmente, os métodos que emprega para realizar esse nobre intento são quase sempre ignóbeis. A mentira, a violência, o assassinato e a tortura são considerados meios justificáveis para realizar esse objetivo milenário. Será isto uma acusação falsa? Escutai as palavras de Lenine, o verdadeiro estrategista da teoria comunista: “Devemos estar prontos à empregar o ardil, a fraude, a ilegalidade e a verdade encoberta ou incompleta”. A História moderna tem passado por muitas noites de agonia e por muitos dias de terror por causa desta opinião ter sido tomada a sério por muitos dos seus discípulos.
A contrastar com o relativismo ético do Comunismo, o Cristianismo estabelece um sistema de valores morais absolutos e afirma que Deus colocou dentro da própria estrutura deste universo certos princípios morais, fixos e imutáveis. O imperativo do amor é a norma de todos os atos do homem e o autêntico cristianismo recusa-se também a seguir a filosofia dos fins que justificam os meios. Os meios, quando destrutivos, nunca podem construir seja o que for, porque os meios são a representação do ideal na realização e na confirmação do objetivo pretendido. Os meios imorais não podem conseguir os fins morais, porque os fins já pré-existem nos meios.
Em terceiro lugar, o Comunismo atribui o máximo valor ao Estado; o homem é feito para o Estado, em vez do Estado para o homem. Poderão objetar que o Estado, na teoria comunista é uma “realidade intermediária” que “desaparece” quando emergir a sociedade sem classes. Em teoria, isto é verdade; mas também é verdade que, enquanto o Estado se mantém, é ele a finalidade. O homem é o meio para esse fim e não possui quaisquer direitos inalienáveis; os únicos que possui derivam ou são-lhe conferidos pelo Estado. A nascente das liberdades secou sob um tal regime. Restringe-se no homem a liberdade da imprensa e da associação, a liberdade de voto e a liberdade de ouvir ou de ler. Arte, religião, educação, música ou ciência, tudo depende do Estado, e o homem é apenas o servo dedicado do Estado onipotente.
Tudo isto não só é contrário à doutrina de Deus, como também à valorização cristã do homem. O Cristianismo insiste que o homem é um fim porque é filho de Deus, criado à sua imagem e semelhança. O homem é mais do que um animal reprodutor dirigido pelas forças econômicas; é um ser com alma, coroado de glória e de honra, dotado de liberdade. A maior deficiência do Comunismo está em tirar ao homem exatamente a qualidade que faz dele um homem. Diz Paul Tillich que o homem é homem porque é livre; e essa liberdade traduz-se na capacidade que tem de deliberar, decidir e reagir. No Comunismo, a alma do indivíduo está amarrada pelas cadeias do conformismo, e o espírito pelas algemas da obediência ao partido. Despojam-no da consciência e da razão. O mal do Comunismo está em não ter uma teologia nem uma Cristologia; revela assim uma antropologia muito confusa, tanto acerca de Deus, como acerca do homem. Apesar dos discursos brilhantes sobre o bem-estar das massas, os métodos do Comunismo e a sua filosofia despem o homem da sua dignidade e do seu valor, reduzindo-o à despersonalização duma simples roda na engrenagem do Estado.
Tudo isto, claro, sai fora da harmonia do pensamento cristão. Não procuremos enganar-nos: estes sistemas de idéias são por demais contraditórios para poderem reconciliar-se. São maneiras totalmente opostas de encarar o mundo e a sua evolução. Temos obrigação, como Cristãos, de rezar sempre pelos comunistas, mas nunca poderemos, como verdadeiros cristãos, tolerar a filosofia do Comunismo.
Há, contudo, no espírito e na ameaça do Comunismo alguma coisa que nos diz respeito. O falecido Arcebispo de Cantuária, William Temple, considerava o Comunismo como uma heresia cristã. Queria significar com isso que algumas das verdades de que o Comunismo se apossou são parte integrante da doutrina cristã, embora misturadas com teorias e práticas que nenhum cristão pode aceitar.
A teoria do Comunismo, mas não decerto, a prática incita-nos a preocuparmo-nos mais com a justiça social. Com todas as suas falsas assunções e com todos os seus métodos cruéis, o Comunismo surgiu como um produto contra as injustiças e indignidades infligi das sobre os desprivilegiados. O Manifesto Comunista foi escrito por homens apaixonados pela justiça social. Karl Marx, filho de judeus que, por sua vez, descendiam duma família de rabinos, e eram, portanto versados, como é natural, nas Escrituras Hebraicas nunca conseguiu esquecer as palavras de Amós:
“Mas que jorre a equidade como uma fonte e a justiça como uma torrente que não seca” (Amós 5:24).
Os pais de Marx adotaram o Cristianismo quando ele tinha apenas seis anos, acrescentando assim o Novo ao Antigo Testamento. Embora o seu ateísmo e anticlericalismo finais, Marx nunca esqueceu completamente o interesse de Jesus por “esses mais pequeninos”. Nas suas obras advoga a causa dos pobres, dos explorados e dos deserdados.
O Comunismo, na teoria, insiste numa sociedade sem classes. Embora o mundo saiba através de tristes experiências que o Comunismo criou classes novas e um novo Código de injustiça, na sua formulação teórica prevê uma sociedade mundial que transcenda as futilidades da raça ou da cor, da classe ou da casta. Teoricamente, para pertencer ao partido comunista não é exigida a cor de pele dum homem nem o tipo do sangue que lhe corre nas veias.
Os Cristãos são obrigados a reconhecer todo ou qualquer interesse apaixonado pela justiça social. Esse interesse é fundamental na doutrina cristã da Paternidade de Deus e da fraternidade dos homens. Os Evangelhos abundam em manifestações de interesse pela situação dos pobres. Ouçamos as palavras do Magnificat: “Derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes; saciou de bens os famintos e despediu os ricos de mão vazia” (Lucas 1:52-53). Nunca nenhum doutrinador comunista expressou uma tal paixão pelos pobres e pelos oprimidos, como a que encontramos no Manifesto de Jesus quando afirma: “O Espírito do Senhor está sobre Mim pelo que Me ungiu; e enviou-Me para anunciar a boa-nova aos pobres, para sarar os contritos de coração, para anunciar aos cativos a redenção, aos cegos a restauração da vista; para pôr em liberdade os cativos, para publicar o ano da graça do Senhor” (Lucas 4:18-19).
Os cristãos também são intimados a reconhecer esse ideal de unidade, num mundo onde sejam abolidas todas as barreiras da casta ou de cor. O Cristianismo repudia o racismo. O amplo universalismo centrado no evangelho torna moralmente injustificável a injustiça racial tanto na teoria como na prática. O preconceito rácico é a negação flagrante da nossa unidade em Cristo, porque em Cristo não há judeu ou gentio, cativo ou livre, preto ou branco.
Apesar da nobreza das afirmações cristãs, nem sempre a Igreja tem demonstrado um grande interesse pela justiça social, contentando-se muitas vezes com pronunciar sentenças piedosas ou trivialidades beatas. Tão preocupada tem estado com a felicidade futura “do além”, que se tem, por vezes, esquecido dos males presentes “cá da terra”. Mas a Igreja é também desafiada a mostrar toda a importância do Evangelho de Cristo dentro da situação social. É tempo já de perceber que existem dois rumos no Evangelho Cristão. Um, onde se procura transformar a alma dos homens e promover assim a sua união com Deus; outro, em que se tenta modificar as suas condições de vida a fim de que as suas almas tenham possibilidades de salvação. Toda a religião que manifeste preocupação pelas almas sem se preocupar com as condições econômicas e sociais que as destroem ou atabafam, é apenas, como dizem os marxistas, urna espécie de “ópio do povo”.
Também a honestidade nos obriga a admitir que nem sempre a Igreja foi fiel à sua missão na questão da justiça racial; nesse campo, falhou miseravelmente perante Cristo. E não só pelo fato de ter mantido um espantoso silêncio e urna indiferença desastrosa em relação ao problema rácico corno, além disso, por ter tanta vez participado ativamente na organização e na manutenção de exemplos desse sistema rácico ou de casta. Se a Igreja Cristã se tivesse realmente oposto, nunca o colonialismo teria durado tanto. A Igreja Holandesa da Reforma Protestante é ainda hoje urna das principais defensoras do vicioso sistema do apartheid na África do Sul. Nunca a escravatura se poderia ter mantido quase duzentos e cinqüenta anos na América, se a Igreja a não sancionasse; nem a segregação e a discriminação poderiam ter existido se a Igreja cristã não se tivesse calado ou até mesmo apoiado verbalmente. Temos de admitir também o vergonhoso fato da Igreja ser a maior instituição segregada da sociedade americana, e de o momento de maior segregação durante a semana ser, como o Professor Liston Pope apontou, o das onze horas da manhã de domingo. Quantas vezes a Igreja não tem sido mais um eco do que uma voz; ou a luz que está por detrás do Supremo Tribunal ou doutras quaisquer instituições seculares, em vez de ser a que guia e encaminha os homens, de forma progressiva e decisiva, para um mais alto nível de compreensão.
Deus julga a sua Igreja. Na alma dela existe um cisma que tem de acabar. Quando os futuros historiadores disserem que, em pleno século vinte, a Igreja era um dos maiores baluartes da supremacia racial considerar-se-á isto, decerto, como um dos maiores dramas da história cristã.
Perante o desafio comunista, devemos examinar honestamente a fraqueza do capitalismo tradicional forçoso admitir sinceramente que o capitalismo cria, na maioria dos casos, um abismo entre a riqueza supérflua e a miséria abjeta assim como as condições que permitem ir tirar a muitos o que lhes é indispensável para dar a alguns o luxo de que usufruem, e que cultiva a mesquinhez dos homens, tornando-os frios e inconscientes, a ponto de ficarem, como o homem rico diante de Lázaro, indiferentes perante a humanidade sofredora e necessitada. Apesar das reformas sociais permitidas pelo capitalismo americano a fim de se reduzirem tais tendências, ainda falta realizar muita coisa. Deus quer que todos os seus filhos gozem de condições básicas para uma vida sã e significativa. É, com certeza, pouco cristão e pouco ético, refastelarmo-nos em camas fofas e luxuosas, enquanto outros se afundam na mais negra miséria.
O lucro, quando é a base única dum sistema econômico, estimula a competição brutal e a ambição egoísta, e instiga os homens a procurar viver bem, de preferência a realizarem uma vida. De tal maneira lhes desenvolve o seu "eu" que deixam de se interessar pelos outros. Não haverá em nós uma grande propensão para avaliarmos o êxito pelo índice dos vencimentos ou pela potência do motor dos carros, em vez de o avaliarmos pela qualidade do nosso serviço ou da nossa solidariedade em relação aos outros? O Capitalismo pode levar a um materialismo prático tão prejudicial como o materialismo teórico dos comunistas.
Admitamos honestamente que, nem o capitalismo tradicional, nem o marxismo contêm a verdade; ambos representam apenas uma verdade parcial. Historicamente, o capitalismo falhou no discernimento da verdade no empreendimento coletivo, assim como ao Marxismo faltou o discernimento da verdade no empreendimento individual. O Capitalismo do século dezenove não soube perceber que a vida é social, e o marxismo não soube ver, nem ainda o sabe que a vida é individual e social. O Reino de Deus não é a tese do empreendimento individual nem a antítese do empreendimento coletivo; é a síntese que reconcilia a verdade de ambos.
Somos ainda desafiados a dedicar as nossas vidas à causa de Cristo, pelo menos, tanto como os comunistas dedicam as deles ao Comunismo. Nós, que não podemos aceitar o credo dos comunistas, temos de reconhecer neles o zelo e a dedicação a uma causa que consideram capaz de criar um mundo melhor. Possuem determinação e propósito, e trabalham apaixonada e assiduamente na conquista de adeptos para a sua causa. Quantos Cristãos estarão empenhados em conseguir novos adeptos para Cristo? Nem o zelo por Cristo nem o interesse pelo seu Reino são muito correntes. Para muitos cristãos, o Cristianismo é uma atividade dominical que à segunda-feira deixa de interessar, e a Igreja pouco mais do que um local de reuniões sociais, com um certo tom religioso. Jesus representa para nós um símbolo antigo ao qual nos dignamos chamar Cristo, e nas nossas vidas inconsistentes não o manifestamos nem o reconhecemos. Se ao menos a chama dos corações de todos os cristãos ardesse com a mesma intensidade daquela que arde nos corações comunistas! Não será pelo nosso zelo cristão que o Comunismo ainda se mantém tão vivo no mundo?
Entreguemo-nos de novo à causa de Cristo e procuremos readquirir o espírito da Igreja primitiva. Por toda a parte por onde andaram, os cristãos eram as testemunhas triunfantes de Cristo; ou nas ruas das aldeias, ou nas cadeias das cidades, proclamavam sempre aberta- mente a boa-nova do Evangelho. E a recompensa que geralmente recebiam por esse audacioso testemunho era a cruciante agonia num covil de feras ou o sofrimento pungente do martírio. Mas, mesmo assim, consideravam a sua causa tão grande, e tão divina a transformação operada pelo Salvador, que o sacrifício lhes parecia pequeno. Quando chegavam a uma cidade, a estrutura do poder ficava abalada; o Novo Evangelho que anunciavam trazia um novo calor primaveril a homens cuja vida até então se endurecera ao longo inverno do tradicionalismo. Incitavam os homens a revoltar-se contra os antigos regimes de injustiça e contra as velhas estruturas da imoralidade. Quando as autoridades se opunham, esse povo extraordinário, embriagado pelo vinho da graça de Deus, prosseguia na proclamação do Evangelho até convencer a própria gente da casa de César, até que os carcereiros atirassem fora as chaves, até que os reis vacilassem nos seus tronos. T. R. Glover escreveu que os primeiros cristãos “ultrapassaram no pensamento, na vida e na morte” (The Jesus of Hystory, 1917), qualquer outra pessoa.
Onde existe atualmente um tal fervor? Onde haverá hoje essa entrega audaz e revolucionária à causa de Cristo? Estará oculta atrás de cortinas de fumo ou dos altares? Estará enterrada no túmulo a que chamamos respeitabilidade? Estará inextricavelmente ligada a um inaudito statu quo, ou prisioneira nas celas rígidas dos hábitos e das regras? Temos de despertar de novo essa devoção; temos de entronizar Cristo outra vez nas nossas vidas.
Esta será a nossa melhor defesa contra o Comunismo. A guerra não é solução; nunca o Comunismo será destruí do por bombas atômicas ou armas nucleares. Não nos aliemos aos que reclamam a guerra e procuram, com desenfreada paixão, forçar os Estados Unidos a abandonarem as Nações Unidas. Vivemos numa época em que os cristãos têm de demonstrar uma sensatez prudente e um raciocínio calmo. Não devemos apelidar de comunista ou de pacifista todo aquele que reconhece não serem o histerismo e o ódio a resolução para os problemas dos nossos dias. Não nos empenhemos num anticomunismo negativo, e procuremos antes afirmar uma confiança positiva na democracia, compreendendo que a nossa maior defesa contra o Comunismo será a de tomar uma ofensiva entusiástica a favor da justiça e do direito. Depois de bem expressa a condenação da filosofia comunista, devemos empreender ainda uma ação positiva, tentando remover as condições da pobreza, da insegurança, da injustiça e da descriminação racial, que são o terreno propício para o crescimento e desenvolvimento da semente do Comunismo; esta só medra quando as portas das oportunidades se fecham, ou as aspirações humanas são abafadas. Como os primeiros cristãos, temos de caminhar, num mundo muita vez hostil, armados com o revolucionário evangelho de Jesus Cristo. Com ele, podemos desafiar audaciosamente o statu quo e as práticas injustas, abreviando o tempo em que:
“todo o vale seja entulhado
toda a montanha e colina sejam abaixadas
os cimos sejam aplainados
e as escarpas sejam niveladas
e então a glória de Deus manifestar-se-á”.
Isaías 40:4-5
A dificuldade da nossa resposta ao incitamento e a nossa sublime oportunidade será a de criarmos um autêntico mundo cristão que testemunhe o espírito de Cristo. Se aceitarmos o desafio com dedicação e valor, os sinos da História dobrarão pelo Comunismo e poderemos construir um mundo livre para a democracia e seguro para o povo de Cristo.


Via Missão Total